[CONTEÚDO] Táticas em xeque

Existem 10¹²³ lances possíveis no jogo de xadrez. Não à toa esse número foi calculado pelo pai da teoria da informação moderna, o americano Claude Elwood Shannon, autor de “Uma Teoria Matemática da Comunicação” Publicado em 1948, o livro aborda a comunicação de forma técnica para engenharia, elaborando um sistema que poderia ser aplicável em qualquer operação comunicacional, seja por voz, dados ou qualquer outro meio, uma vez que o objetivo central era a precisão e a eficácia do fluxo informativo. O modelo é baseado no velho sistema que conhecemos com o emissor, o transmissor, o canal, o sinal, o ruído, o receptor, o destinatário.

A comunicação funciona como o xadrez. O processo informativo e comunicacional é sempre um lance de mão dupla. Compreende amplitude de ações e reações, adequadas às regras do processo administrativo e às decisões homologadas em parceria pelo setor de comunicação, a direção da empresa ou organização e, muitas vezes, podendo – ou necessitando – abranger stakeholders.

Alinhando dados à realidade e à prática midiáticas, a assessoria de comunicação deve contribuir decisivamente para que os passos certos sejam dados em direção à imagem precisa e preciosa dessa organização.

No entanto, uma imagem não se constrói da noite para o dia, e as fases de planejamento se fazem primordiais para direcionar o trabalho de comunicação, analisar a estrutura e o contexto em que ela se insere, traçar objetivos, metas, tomar decisões, pôr em prática as ações, as ferramentas e os recursos estrategicamente elaborados, compor um método de avaliação consistente e adquirir o feedback das ações realizadas, para que se possa apurar as reações, rever e ajustar os métodos e evitar reincidências de erros.

É como “sistema geral de comunicação” de Shannon. O jogador, ou emissor, elabora a mensagem das regras do jogo e sobre o oponente, codifica essa mensagem de acordo com o conhecimento e as estratégias de que dispõe, avalia e seleciona que tipo de mensagem irá adotar na sua ação. De preferência gerando no oponente uma atitude que venha a convir. Emite a mensagem através do deslocamento de suas peças, e o receptor absorve este dado para poder tomar a sua decisão.

O jogo é de longo prazo, exige paciência, tática após tática, decodificando cada reação, cada lance, cada avanço das peças, sejam as de menor ou maior importância, porque todas são determinantes para o xeque-mate.

Avaliar constantemente os passos do jogo permite mudar o caminho, o estratagema das peças, saber se cada peão, cada cavalo, cada bispo, cada torre está levando ao objetivo final, e sempre em referência ao andamento das demais peças – porque as do concorrente também andam, não nos esqueçamos.

Vale lembrar que, assim como o bom jogador de xadrez, o comunicólogo não deve se basear apenas ou principalmente na competição. Mais do que isso, o que está em jogo é, a partir da percepção de cada mudança de cenário, a cada lance, se questionar se a estratégia permanece a mesma ou se merece ser reavaliada. São sub-jogos dentro de um contexto amplo porém com um objetivo preciso, que deve ser o norteador dos princípios de atuação durante cada jogada.

As peças são dadas, o tabuleiro é dado, as regras são dadas, e cabe ao profissional da comunicação corporativa, diante das potencialidades administrativas planejadas e executadas na empresa, traçar as melhores estratégias da informação para chegar ao fim. Fim em si mesmo, que nada mais é do que o limiar para o início de uma nova partida, sempre mais interessante, porque já se conhece melhor a jogada do outro e a sua própria, ou seja, os meios serão mais difíceis e lançarão ainda mais desafios para se achar uma solução diante dos 10¹²³ lances possíveis.

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