[CONTEÚDO] Mais entretenimento, por favor (com amor!)

Não é de hoje que temos acompanhado conteúdo produzido por pessoas comuns no dia a dia se mesclando de forma gradual com o entretenimento. E algumas marcas já entenderam esta necessidade. Outras ainda não se adaptaram ou não acertaram a mão.

Enquanto isso, pesquisa deste ano da We Are Social demonstra que, no Facebook, o alcance orgânico de posts em fanpages vem caindo constantemente. Há produção de conteúdo. Mas não há geração de interesse. Interesse genuíno que resulte impacto.

Quando se falava em impacto ‘antigamente’, se pensava em grandes investimentos de mídia e projetos complexos. Hoje felizmente pode ser bem mais simples mas exige um acompanhamento bem mais orgânico e ativo das tendências e de aspectos socioculturais e acontecimentos relevantes.

O fato é que causar esse impacto aumenta o Employer Value Proposition da empresa e o engajamento do público. Do público. Não apenas do comitê executivo da empresa. Por isso, a decisão de que conteúdo produzir não vem dos CEOs nem de análises mercadológicas generalistas. Vem da constante análise:

  • Para que meu público consome meus produtos ou serviços?
  • O que meu público identifica como valores mais intrínsecos?
  • Ou mais ainda, em que a marca pode contribuir com esses valores?

Há muitas formas de identificar e avaliar esses pontos-chave e desenhar estratégias de conteúdo.

Mas sem dúvida um dos meios mais eficazes de se envelopar e distribuir esta mensagem é o entretenimento.

Veja estes dados de pesquisa internacional (incluindo Brasil) realizada em 2019:

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Fonte: The Future of Entertainment – Havas/ Cannes Lions: Respostas de “prosumers”.

Analisar o que seu público valoriza de fato é fundamental. O desafio é gerar interesse por meio de conteúdo de valor para a marca, reunindo objetivos de branding, entretenimento e geração de leads, convertendo este conteúdo em ação das pessoas que compõem seu público – se for o caso de call to action.

Para isso, que tal o olhar apurado para o que essas pessoas produzem? Para os conteúdos que essas pessoas consomem? Para a dinâmica cultural em que estão inseridas? Sempre se lembrando que se tratam de pessoas, e não números. E que o engajamento só acontecerá se sua personalidade, seus anseios e os aspectos que a movem culturalmente estiverem contemplados na estratégia do conteúdo. A tendência de linguagens e da experiência do usuário mais agradável, quem ditará é o público.

VÍDEOS CURTOS, POR FAVOR

E a tendência de formatos também. Os vídeos na vertical, por exemplo, são uma grande tendência diante da estatística de que 98% dos usuários de mídias sociais acessam por dispositivos móveis. Este é o formato do novo app dos adolescentes, o TikTok, sucesso da(na) Ásia que vem ganhando espaço mundialmente. O interessante desta rede social é analisar que os vídeos não apenas são verticalizados como também curtos, realmente curtos, em geral de até 15 segundos, mesmo tempo de cada post do proliferado Stories do Instagram (e vale frisar que segundo relatório de 2019 da Hootsuite sobre tendências de mídias sociais, o compartilhamento por Stories cresce 15 vezes mais rápido do que o compartilhamento no feed).

Até pouco tempo, proclamava-se vídeos de até 40 segundos, mas precisamos revisar isso. É o que já revelava uma pesquisa da Nielsen, encomendada pelo Facebook em 2015. Os resultados demonstraram que a maior parte do impacto total de uma campanha em vídeo acontece nos primeiros 10 segundos de visualização:

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E por que não nos desafiarmos a transmitir nossa mensagem e menos tempo? Menos do que 10 segundos? Desafio! Ótimo.

O exemplo abaixo, da Mercedes, é emblemático:

PÓS-VENDAS, PELAMOR!

E o que falar então do pós? Seu público se tornou espectador do seu conteúdo, lê ou assiste até o fim. Quem sabe, em e-commerce, converte e efetua compra(s), vai até seu estabelecimento ou passa a ser um fã. Mas e depois? O que essa pessoa comenta para os outros? O quanto e quão bem esse conteúdo reverbera? Gerar comentários, discussões, é estratégia do buzz marketing. Em geral, se o conteúdo considera os valores e perfis de seu público, gera emoções que engajem e entretém da melhor forma naquele momento, ele repercute. E ufa! Não é fácil reunir essas características!

Mas também não adianta reuni-las se não houver amor à verdade no que se transmite, um branding equity realmente estruturado e continuamente transparente. Não há outro porto mais seguro que a coerência, a autenticidade e a originalidade. Seja qual for o caminho para chegar lá, ancoremos neste porto. Com propósito. Sempre.

Veja também: O que é entretenimento?